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Bia é goiana do quadradinho, desenhista autodidata mas que tomou vergonha e esta aprimorando a técnica com um curso profissional É também apaixonada por histórias de terror

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Sevirino e a mulher gafanhoto gigante.

No interior de Goiás, morava Severino. Severino tinha nanismo e vitiligo. Era a mais sapeca das criaturas já vista no cerrado. Natural de uma cidadezinha pequena do Ceará, foi para o circo ainda criança, pois a mãe já com uma bebezinha , não tinha condições de criar mais um. 
Cresceu com Luigi, o filho do cruel dono do circo, que viajava o país inteiro nas décadas de 80 e 90. Depois de muitos anos, o pai de Luigi morreu. Luigi  vendeu o circo e  junto com o pequeno amigo ,mudaram-se  para o Goiás.
Severino era o terror da região, principalmente para roubar pitangas dos sítios vizinhos. Principalmente o dona Esmeralda, ele atazanava a vida do pobre caseiro, senhor Toinho. O pequeno traquina, já na casa de seus 45 anos se comportava como uma criança. Entrava á noite no sítio, pintava as galinhas com tinta de todas as cores, abria a porteira onde estavam os cavalos e roubava pitangas. Quando não, estava á noite, na estradinha de terra que dava acesso a alguns sítios da região, vestido todo de preto, esperando algum desavisado passando de moto devagar por causa dos buracos que haviam. Severino subia na garupa assustando o piloto que muitas vezes chegava a cair pensando se tratar de uma assombração.
Credito: Pinterest

Tempos atrás, Severino em uma de suas traquinagens, conheceu João do caminhão, um caminhoneiro de passagem pela cidade e Severino o fez passar uma vergonha enorme, diante de sua ex-mulher e de seu atual marido, o Luigi, aquele mesmo que cresceu com Severino e agora é seu patrão.

Foto:Pixabay



João do caminhão ainda se coçava de raiva ao se lembrar das artes do pequenino e jurava vingança. E numa certa madrugada, João estava de espreita com as luzes do caminhão apagadas, estacionado na entrada da estradinha onde o danado do Severino aprontava as dele. Estava concentrado na estrada quando se assustou ao ouvir uma batida na porta do motorista. Era uma moça branca com longos cabelos loiros cinza, bem alta, sorridente. Ela acena, João, mulherengo que era, não pensou duas vezes em abrir o vidro e perguntando em que podia ajudar  e o que uma moça tão bonita estava fazendo sozinha aquela hora em uma rodovia deserta? Conversa vai, conversa vêm. A tal moça já estava dentro da boleia do caminhão de João. Ele até esqueceu de Severino levando a dita cuja para  uma pousada na cidade, pois ele ainda tinha que descarregar o caminhão no outro dia. e não a deixaria sozinha naquelas bandas, pois seria perigoso.

Pela manhã, Severino foi pagar umas contas na cidade, quando de longe viu João e a moça. Ficou espiando de longe o casal, já passando por sua cabeça mil traquinagens que ele queria aprontar. E assim fez.

Foto:Pixabay


O relógio já marcava meia-noite. Severino estava na praça da cidade escondido atrás de uma arvore em frente a pousada que João estava com a moça desconhecida. O casal sai para dar uma volta pelas ruas e Severino estranha o comportamento de João, pois a moça o puxava pela mão até uma rua que dava a uma trilha e numa hora daquela não era apropriado passear pelo mato. Severino foi seguindo os dois. A lua cheia iluminava o caminho. Quando  de repente, Severino começa a fazer o sinal da cruz quando a luz da lua iluminou a mulher, e ela colocou para fora uma língua enorme como de uma cobra e duas antenas de gafanhoto e naquela hora Severino tremeu mais ainda quando a moça já com o tom da pele esverdeado ,aparentava ter uns 2 metros e meio de altura, mostrou suas garras enormes uma boca gigantesca com dentes afiados. Severino tacava pedras em direção do casal para ver se acordava João que estava em transe. A mulher gafanhoto gigante olha para trás com fúria. João leva uma pequena pedrada na cabeça e acorda do feitiço, ao olhar para o monstro do seu lado cai no chão de pavor, saindo engatinhando para o lado de Severino. Os dois saem correndo e a mulher gigante  atrás com um bocão enorme tentando alcança-los. João tropeça em um galho e torce o pé. Ele e o pequeno bagunceiro fecham os olhos imaginando ser o fim. Severino pensa em Luigi e em todas as coisas que ainda queria realizar, suspira fundo aceitando o trágico destino, quando escuta um tiro. Era Luigi, com uma espingarda ainda mirando para o bicho que levou um tiro de sal e saiu gritando mato a dentro.
João do caminhão agradece Luigi e diz não cair mais em lábia de nem outra mulher e vi embora mancando, recusando mais ajuda dos dois. Severino volta para casa com o patrão amigo com o dia já amanhecendo. Foi com uma cara de satisfação, pois apesar do susto a lição que João levou superou todas suas traquinagens.

A ILHA ASSOMBRADA Foto: Pixabay Dominik sempre soube que a ilha que herdou de seu avô era famosa por ser assombrada, mas ele nunca acredito...